@SsempreLuan

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Capitulo 26

- Você tá pensando em abortar, não tá? – Ela perguntou baixinho, sem tirar os olhos de mim.
- Filha por Deus não faça isso essa criança não tem culpa do que aconteceu se você fizer isso ela que vai ta pagando pelo erro do pai. E eu to tão feliz que vou ter um netinho por mais que seja do canalha do Enzzo eu to feliz não é porque o filho é dele não e sim porque essa criança vai ser amada e vai estar cercada de pessoas que quer o bem dela assim como você esta.
Parei de lutar com as mãos dela e abaixei-as em meu colo. Fiquei olhando minha barriga.
- É fruto de um estupro quase! Ele me obrigou a transar com ele, Mãe! Como vou suportar olhar pra essa criança e lembrar que o pai dela me forçou a fazer sexo com ele? – Encarei. – Eu não quero tratar meus futuros filhos sem amor, sem carinho! E como vou conseguir dar tudo isso pra essa criança? – Coloquei as mãos em minha barriga, porém senti o que não reparara antes de saber da gravidez. Minha barriga já estava firme, durinha. Instintivamente, levantei a blusa e olhei. Se eu não tivesse sabido por um médico que estava grávida, não acreditaria, porque não tinha volume nenhum ali.
- Filha. – Olhei pra ela. – A gente vai te ajudar nisso. – Ela tava quase chorando comigo.
- É. Nós estamos contigo, Filha. – Meu pai colocou a mão sobre meu ombro e apertou ligeiramente. Fechei os olhos e suspirei. O que a vida reservara pra mim? Chegando em casa fui direto para meu quarto deitar.Fiquei o tempo todo lá sem sair pra nada.
- Filha? – Minha mãe entrou no quarto te trouxe um lanche já que você não desceu para almoçar.
- Obrigada mãe, mas estou sem fome.
- Luiza você tem que se alimentar direito pensa nessa criança que esta ai dentro. – Ela colocou a mão na minha barriga. – Vamos você vai comer nem que seja essa fruta que trouxe, mas vai comer. Comi a fruta forçada, assim que terminei de comer ficamos conversando um pouco.
- Filha estava conversando com seu pai e vou passar um tempo aqui com você, porque sei que não vou conseguir ficar longe de você sabendo que a qualquer momento você pode precisar de mim.
- Ai mãe que bom eu ia falar isso mesmo para você ficar aqui comigo por algum tempo.
- Viu como sua mãe te conhece perfeitamente sentimento de mãe nunca se engana. É assim que você vai se sentir daqui 9 meses.
Fiquei em silencio nesse instante não sabia o que responder para minha mãe só abaixei a cabeça.
- filha vou deixar você ai pensando um pouco descansar porque o dia foi complicado hoje e mais tarde passo aqui para te dar um beijo de boa noite.
- Ta bom mãe. – Ela saiu do quarto e então fiquei deitada na cama.
O tempo ia passando. Às vezes parecia correr, às vezes parecia ter parado. Eu odiava quando ele parava. Eu tinha muito mais tempo para ficar pensando abobrinhas. Eu não contara pra mais ninguém além da minha mãe e do meu pai, quanto menos pessoas souber melhor.
O pior disso tudo era o Luan. Ele me ligava todo final de semana, dizia que me amava e pedia que eu voltasse com ele. Na maioria das vezes eu só escutava ele falar. A voz dele me acalmava tanto. Até o bebê parava de pular na minha barriga quando eu ouvia a voz dele. O bebê parecia sentir que quem eu amava de verdade era o Luan, e não o… Pai idiota dele. Quando meu coração disparava ao ver o nome do Luan no meu celular tocando, o bebê pulava tanto quanto o meu coração. Eu atendia só pra ouvir a voz do Luan. Parecia ser um desejo de gravidez. Eu precisava ouvir a voz dele. Necessitava ouvir ele dizer que me amava, que me queria ao lado dele. E eu odiava ter que dizer a ele que tinha acabado há meses. Eu sabia agora porque naquele dia que terminei eu “senti que não dava mais”. Um filho que não era dele estava a caminho.
Numa madrugada de sexta pra sábado, quando eu não conseguia dormir por causa do bebê ficar mexendo o tempo todo, Luan me ligou. Assim que respirei fundo, ao ouvir o “Oi Luiza” do Lu, o bebê sossegou.
- Queria que ele fosse seu pai. – Falei baixinho, passando a mão em minha barriga. Agora, com quase sete meses, ela já estava bem mais saliente.
- O quê? – Luan perguntou do outro lado da linha.
- Nada. – Falei rápido.
- Mais de 4 meses sem você do meu lado. Por que você faz isso comigo? Me atende, fala comigo, mas fica longe? Não quer me ver, não quer namorar mais comigo. Eu te amo tanto…
- Você não faz ideia de como sua voz me acalma. – Falei sem me conter.
- Luiza como eu queria te ver de novo sentir seu beijo, seu perfume, seu abraço.
- Luan segue sua vida sem mim, Lu. Vai ser feliz. Por favor.
- Luiza não posso você me completa você é a pessoa que eu amo... – Como aquilo me machucou.
- Luh desculpa mas tenho que desligar preciso sair.
- Tudo bem Luiza. Depois nos falamos. Bjs te amo
- Bjs Luan.
Não poderia contar pra ele sobre a gravidez isso ia partir o coração dele.
- Vamos começar querida? – A médica falou.
- É… Vamos.
- Nossa, seu bebê deu uma espichada! Quem sabe hoje não vemos o sexo?
- Pode ser. – Minha mãe pegou na minha mãe e então ela passou o gel e começou a passar o trocinho na minha barriga. Ela foi passando, olhando como ele estava. Eu nunca olhei monitor em todas as ultras. Então hoje, resolvi olhar.
- Luiza… – A médica começou, parecendo preocupada.
Olhei o monitor e arregalei os olhos.
- Ai meu Deus! – Falei levando a mão a boca, apontando o monitor.
- Ai meu Deus! – Repeti.
- Que foi filha? Minha mãe olhou preocupada.

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